Governo deixará déficit fiscal e externo de herança maldita

Para Vellozo Lucas, contas externas estão em deterioração

Paula Sholl
Deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES)
Brasília (26) – As transações correntes do Brasil começam a dar sinais de deterioração, com juros altos, desequilíbrio cambial e uma infraestrutura precária. Para o deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES), presidente do Instituto Teotônio Vilela, o governo petista vai deixar duas heranças malditas para o próximo presidente, uma crise fiscal e outra no balanço de pagamentos que refletem o resultado externos.
As contas externas – que mensuram o desempenho das compras e vendas de bens e serviços de um país com o exterior – tiveram déficit de R$ 4,58 bilhões em abril, valor recorde para o mês. No acumulado do primeiro quadrimestre, o saldo negativo somou US$ 16,73 bilhões, mais de três vezes acima do déficit verificado em igual período de 2009. Segundo o Banco Central, as contas devem fechar o ano com um rombo de US$ 40 bilhões.

"As contas estão em franca deterioração. Nós temos erros na política econômica, a maior taxa de juros do mundo, que leva desequilíbrio da taxa de cambio, fazendo com que exportações percam competitividade", critica. "O próximo governo receberá um legado, duas heranças malditas. São elas: crise fiscal e crise externa", avalia.

A conta de transações correntes são constituídas pela balança comercial resultante de exportações e importações, conta de serviços e rendas, e as transferências unilaterais correntes, que são recursos enviados por brasileiros que moram no exterior.

A outra herança maldita é a fiscal. O governo federal deixará uma dívida para seu sucessor de 64,4% do Produto Interno Bruto (PIB), maior proporção em dez anos. Indicador da saúde fiscal de um país, a dívida total do setor público pode alcançar o montante recorde de R$ 2,2 trilhões em dezembro, segundo projeções de economistas.


O excessivo gasto com custeio, o aumento no número de funcionários, a não regulamentação da Reforma da Previdência, e a utilização de manobras contábeis destinadas a esconder o aumento do endividamento contribuem para o crescimento da dívida bruta.


Vellozo Lucas chega a fazer ironia com as afirmações da pré-candidata oficial à Presidência, Dilma Rousseff. Em encontro com empresários, nesta terça-feira, na Confederação Nacional da Indústria (CNI),  a ex-ministra prometeu continuar com o chamado tripé macroeconômico: controle da inflação, taxa de câmbio flutuante e controle fiscal. O governo petista, no entanto, sempre se posicionou contra esses fundamentos da economia.


Dilma foi além. Fez um discurso burocrático, mostrou insegurança com os números e passou informação imprecisa. Ela tentou atribuir a implantação do câmbio flutuante no Brasil ao seu governo. A história a desmente.  "O câmbio flutuante passou a valer em 1999, em função de uma crise internacional. É incrível a cara de pau da pré-candidata do governo. Quando introduzimos o tripé macroeconômico, a bandeira do PT era: Fora FHC", lembra o deputado.

Fonte: Agência Tucana

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