Serra critica juros altos e dificuldades de investimentos

José Serra





Pré-candidato participa de evento organizado pela CNI com Dilma e Marina


Em evento organizado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), o pré-candidato à Presidência da República, José Serra (SP), defendeu nesta terça-feira a redução de gastos com a máquina pública federal e com custeio e condenou as dificuldades de investimentos em infraestrutura.

\"Na área federal, a obesidade dá até gosto. Como dá para aumentar a eficiência\", afirmou, arrancando aplausos da platéia. \"Nós somos o país com a maior taxa de juros do mundo. Temos a maior carga tributária do mundo entre todos os países emergentes. Para se ter uma ideia, o Bolsa Família, com todo impacto positivo que tem representado no Brasil, gasta o equivalente a menos de 1% do que pagamos em juros\", completou.

A respeito da taxa de investimento, o tucano vê falta de planejamento, de capacidade para sequenciamento dos investimentos, de qualidade de gestão e de definição de prioridades. \"Quando tudo é prioritário, é porque não existe nenhuma prioridade\", criticou, citando a péssima situação dos portos e a elevada carga tributária.

Serra também destacou o \"loteamento político\" no governo federal. Para ele, as agências reguladoras foram divididas entre os partidos. Tudo está loteado, nas empresas, nas agências. \"Queríamos um Estado regulador, não interventor\", acrescentou.

O ex-governador espantou-se com a promessa da pré-candidata oficial, Dilma Rousseff (PT), de realizar a reforma tributária, caso seja eleita. \"Falou-se aqui de carga tributária. E confesso que também não entendi o que a ministra disse sobre isso. Passaram-se oito anos e não conseguiram votar nenhum projeto\", ironizou Serra.

O discurso da petista é desmentido pelo presidente nacional do seu partido, José Eduardo Dutra (PT). Em entrevista ao Estado de S. Paulo, na última sexta-feira, Dutra foi categórico: \"O candidato que diz que vai fazer esta ou aquela reforma é bravata\". O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca deu continuidade à proposta, atualmente parada na Câmara.

No encerramento de sua participação, Serra assumiu o compromisso de lutar pelo setor industrial. O pré-candidato tucano disse que está \"nas suas origens\" a proximidade com o meio industrial, já que morava quando criança numa vila operária, em São Paulo.

E acrescentou que vai manter erguida a \"mesa\" da economia. \"Eu ajudei a erguer a mesa da economia do Brasil. Nunca vou ajudar a derrubar essa mesa\", disse. O tucano brincou ao afirmar que, desde a Constituinte, pensa \"da mesma maneira\" sobre a economia.

Participaram ainda do evento, além de José Serra, as pré-candidatas Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV). O encontro foi o terceiro com a participação dos três pré-candidatos. Eles já estiveram juntos em dois eventos realizados pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

Os três presidenciáveis receberam da entidade um estudo com as principais propostas do setor. O documento \"A Indústria e o Brasil – Uma Agenda para Crescer Mais e Melhor\" propõe soluções para doze áreas da atividade econômica: segurança pública, investimentos, tributação e gastos públicos, financiamento, relações do trabalho, infraestrutura, educação, inovação, comércio exterior, meio ambiente, burocracia e micro e pequenas empresas.

Serra respondeu a perguntas do presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, presidente da Federação das Indústrias da Bahia, Humberto Barbato, e do presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).

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