Governo pune consumidor com alta da gasolina

Para especialista, falta uma política de combustível


Deputado Alfredo Kaefer (PR)

Brasília (11) – Como prova da falta de política de combustível do governo federal, o consumidor brasileiro pode se preparar: a gasolina pode voltar a subir. O aumento seria de até R$ 0,06. Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires, ao não reduzir o preço na refinaria, o governo transfere para o consumidor a responsabilidade pela capitalização da Petrobras.
 "O consumidor brasileiro está pagando a conta pela falta de uma política de combustível", assegura. De acordo com Pires, a Petrobras não repassou a redução no preço do petróleo, que ocorreu com o advento da crise econômica. "Desde a crise, o preço do petróleo desabou e a Petrobras não reduziu o valor da gasolina. Faz sentido penalizar o consumidor?", questiona.
O aumento tem causado espanto. Isso porque a mistura do álcool anidro à gasolina voltou ao percentual de 25% – em fevereiro, a mistura havia sido reduzida para 20%. Na teoria, a medida seria o suficiente para deixar o combustível mais barato. Mas não aconteceu.
Pelo contrário, com o início da safra da cana-de-açúcar, em abril, o governo elevou a alíquota da Contribuição por Intervenção de Domínio Econômico (Cide) de R$ 0,15 para R$ 0,23 por litro. Com a medida, a conta vai para o consumidor. Esse "vaivém", como definiu Pires, tem causado um caos na formação do preço do combustível do país.
Em fevereiro, segundo ele, com a redução da mistura de álcool à gasolina e a queda da Cide, o governo supostamente estimulou o consumo de combustível. A decisão, no entanto, revelou outro problema. A autossuficiência em petróleo caiu por terra, revelando ainda a fragilidade da Petrobras. A estatal admitiu trazer da Venezuela, ao preço de US$ 140 milhões, aproximadamente 270 mil metros cúbicos, o equivalente a 2 milhões de barris.
Na avaliação do deputado Alfredo Kaefer (PR), se o governo realmente tivesse competência na administração de preços neste momento em que a inflação volta a assustar o brasileiro, o governo poderia promover uma política para segurar o produto. "Infelizmente, a atual gestão não tem sensibilidade. Num momento como esse, que nós temos inflação começando a puxar, de aumento de juros,  o Brasil poderia fazer uma administração de preços para frear um produto tão importante e poderia ajudar no controle de inflação", lamenta.
O deputado acrescenta que o governo federal é muito incoerente em matéria de preços administrados. Quando o preço do barril do petróleo caiu, por exemplo, os valores do combustível foram mantidos, sem redução. "São coisas que não dão para entender", avalia.
Fonte: Agência Tucana

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